Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), da II Unidade Regional de Saúde Pública (II Ursap) e Secretaria Municipal de Saúde de Assú, participaram na manhã de quinta-feira (26) de outubro de uma reunião sobre a Comunidade Caboclos com grupos de interesse para realizar um mapeamento e posterior diagnóstico da saúde pública para a população da citada Comunidade unindo vários setores, o objetivo é trazer cada vez mais soluções aos problemas encontrados na comunidade e solucioná-los dentro das ações e demandas de Saúde.
Presentes à reunião os técnicos da SESAP, Priscila Ferreira da Costa, Renato Luiz Gonçalves de Oliveira, Uiacy Nascimento de Alencar, Miranice Nunes dos Santos Crives, a gerente da II Unidade Regional de Saúde Pública (II Ursap), Emiliana Bezerra Cavalcanti, a secretária municipal de saúde de Assú, Débora Katielly Cavalcante, a secretária executiva da Comissão Intergestores Regional (CIR), Fátima Rocha, a coordenadora da Atenção Básica, Micaely Santos e a enfermeira Viviane Maria Silva Nobre.
*Comunidade Caboclos do Assu*
A comunidade Indígena Caboclos do Assu, está localizada na região Oeste potiguar, às margens da RN 233, a aproximadamente 15 km da sede do Município de Assu-RN e tem população estimada de 100 pessoas e cerca de 40 famílias.
O uso do nome “Caboclos” como autodesignação pelos indígenas de Assu indica uma forma de se referir a uma distintividade social e cultural em relação à população circundante e a uma identificação histórica e parental com as famílias tidas como “diferentes” que viveram na região às margens do rio Paraú.
Dentre as características físicas acionadas para o reconhecimento da singularidade dos caboclos, são citadas a baixa estatura, os pés chatos — que “mais parecia um bolão” —, o “nariz labrojeiro” e as mulheres “abalofadas” de cabelos pretos e longos.
No tocante às práticas e valores sociais, são mencionados os seus hábitos alimentares, suas práticas matrimoniais (casamentos endogâmicos, de preferência entre primos).
A aldeia dos Caboclos é formada por descendentes de um tronco comum, o do casal Antônio Francisco e Luíza, constituindo, na visão dos indígenas, “a grande família de caboclo” gerada por uma “cabocla”. Em um levantamento genealógico realizado de 2011 a 2013 pelos pesquisadores José Glebson Vieira e Jailma Nunes Oliveira, a população indígena era composta por 37 famílias indígenas e 115 pessoas. Entre os indígenas, há uma preferência matrimonial por primos, parentes próximos, casamento avuncular (com tio e sobrinha, tia e sobrinho), conjunto de irmãos com conjuntos de irmãs e relações entre enteados, dentre outros arranjos.
A distribuição das casas obedece uma lógica de parentesco, notadamente a partir da constituição de grupos domésticos compostos por um casal mais velho que ocupa o centro e, em seu entorno, os/as filhos/as casados/as levantam suas casas. A área onde as residências estão erguidas pertence à própria comunidade, graças à aquisição, por parte da Prefeitura Municipal de Assu, e doação desta à Associação Comunitária Caboclos. Os Caboclos de Assu habitam uma região semiárida entre as cidades de Paraú e Assu. As famílias se ocupam com a criação de aves, como galinha, guiné, e também de suínos e caprinos.
Além da pecuária extensiva de bois e bodes, da pesca artesanal, da agricultura extensiva de subsistência, algumas famílias desenvolvem o extrativismo de palha de carnaúba para produção de utensílios e outros objetos de uso doméstico e comercial, de semente de oiticica para produção de óleo e de xique-xique destinado à alimentação dos animais. O artesanato da palha da carnaúba tem se destacado como fonte de renda alternativa para as famílias.
Abdias Duque de Abrantes
Assessor de Comunicação Social da II URSAP