O Rio Grande do Norte não registra novos ataques criminosos há dois dias, afirmou nesta segunda-feira (27), o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva para falar sobre uma operação policial que prendeu 57 suspeitos de participarem das ações que seriam comandadas por uma facção criminosa.
Do dia 14 de março até a última sexta-feira (24), pelo menos 307 ações com disparos e de arma de fogo e incêndios criminosos contra prédios públicos, comércios e veículos foram registrados em cerca de 60 cidades potiguares.
Segundo o secretário, as forças de segurança ”continuam com ações de investigações e operações policiais no enfrentamento da criminalidade”.
Uma operação deflagrada no início da manhã desta segunda-feira (27) em 14 cidades do Rio Grande do Norte cumpriu mandados de prisão contra 57 pessoas, sendo que 20 já cumpriam pena no regime prisional do estado. Dois alvos da operação morreram em confronto com policiais nas cidades de Extremoz e Pendências.
O secretário atribuiu o fim dos ataques as ações integradas entre forças de segurança estaduais e federais nas áreas de investigação e policiamento ostensivo. Segundo a polícia, desde o início dos ataques 263 pessoas foram detidas.
“Nós estamos fazendo todos os esforços para reduzir (os ataques). Tivemos dois dias já com nenhum registro de ataque. No final de semana, tivemos uma operação com a Polícia Militar, onde foram presos 14, e, na manhã de hoje, outra operação com mais 60 presos. Então continuamos, teremos mais ações em vários pontos de Natal, região metropolitana e interior do estado e amanhã continuaremos novamente com a permanência da força nacional aqui, os reforços da PRF, mais o efetivo da Paraíba e do Ceará”, afirmou.
O governo não informou até quando a força nacional e demais reforços que chegaram ao estado durante a crise permanecerão no Rio Grande do Norte.
A delegada-geral da Polícia Civil do RN, Ana Cláudia Saraiva, também atribuiu o fim dos ataques ao trabalho investigativo e às prisões de suspeitos.
“O estado controlou, controla e continuará controlando a situação. Estamos vigilantes, atentos, e continuaremos trabalhando. Cada cidade onde houve um ataque nós instauramos inquéritos policiais. Nós vamos aprofundar essas investigações, inclusive de forma integrada com a força-tarefa da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal, para identificar todos os criminosos, além desses que já foram identificados, para que não haja impunidade e esses que ousaram desafiar a segurança e tirar a paz do povo potiguar sejam levados a julgamento”, disse.
Ataques
O Rio Grande do Norte viveu uma onda de ataques com tiros e incêndios criminosos contra prédios públicos, comércios, veículos, dentre outros equipamentos, iniciada na madrugada do dia 14 de março.
Segundo a polícia, as ações criminosas foram orquestradas por uma facção criminosa que, em troca da suspensão dos ataques, queria a implementação de visitas íntimas, instalações elétricas e televisões nas celas dos presídios estaduais.
Durante os ataques, um policial penal e um comerciante foram mortos a tiros. Somente um proprietários de ônibus de turismo teve prejuízo de mais de R$ 500 mil. Em São Gonçalo do Amarante, um incêndio criminoso em um prédio do município causou prejuízo de R$ 10 milhões em medicamentos perdidos.
Segundo o governo do estado, entre o dia 14 e o dia 24 de março foram registrados pelo menos 307 ataques criminosos. Pela primeira vez, os órgãos de segurança pública não registraram nenhum ataque no último sábado (25).
Pelo menos 10 pessoas apontadas como chefes de facção foram transferidas de uma prisão estadual para presídios federais.
Informações de G1