Um gerente de banco foi preso nesta quarta-feira (14) suspeito de envolvimento em um roubo que aconteceu em janeiro deste ano em uma agência bancária de Natal, onde ele trabalhava. Na ocasião, o homem afirmou que tinha sido rendido e agredido pelo assaltante.
A prisão foi confirmada no início da tarde pela Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) da Polícia Civil.
Segundo a delegada Daniella Filgueira, mais de R$ 1,3 milhão foram roubados na ação. O dinheiro ainda não foi recuperado. Na casa do suspeito, os policiais também encontraram moedas de ouro que já teriam sido furtadas pelo gerente antes do assalto de janeiro. O crime teria sido planejado para encobrir os demais roubos.
Segundo a delegada, as investigações começaram com base nas imagens do circuito interno de segurança do banco, que foram cedidas à polícia.
Nas imagens divulgadas pela polícia na época do crime, era possível ver um homem entrando e saindo da agência com uma mochila. Outros funcionários relataram, no entanto, que não tinham percebido o crime.
Pouco tempo após a saída do assaltante, funcionários ouviram os gritos do gerente pedindo socorro e o encontraram preso em uma das salas da agência. O Corpo de Bombeiros foi acionado para abrir a sala trancada e libertar o funcionário, que foi levado a um hospital.
Segundo a polícia, no entanto, a cena não passava de uma armação.
“O gerente ali interpreta, ele faz toda uma encenação do que seria um grande roubo quando na verdade era tudo armado, já estava tudo combinado”, afirma.
O crime aconteceu no dia 24 de janeiro, por volta das 15h30, em uma agência do Banco do Brasil localizada na Rua Jundiaí, no bairro do Tirol. No momento do suposto assalto, havia 19 pessoas na agência, sendo 15 bancários, 2 vigilantes e 2 auxiliares de serviços gerais.
Em novembro, em uma operação denominada “Poker Face”, a Defur cumpriu três mandados de busca e apreensão relacionados ao roubo. Durante as diligências, a equipe policial chegou até um homem de 22 anos, que, em depoimento, confessou a participação no crime.
Durante a operação, os policiais apreenderam celulares e notebooks que foram enviados à Polícia Federal, para extração de dados que levaram aos demais suspeitos. Segundo a polícia, o homem que entrou na agência recebeu R$ 10 mil para praticar o roubo.
Além do gerente, uma amiga dele também foi presa. Ela é sogra do suspeito detido em novembro. Ele seria a pessoa que entraria na agência para fazer o assalto. No entanto, as investigações apontam que ele teve medo e acionou um amigo, que, por sua vez, chamou um terceiro para entrar na agência. A filha da amiga do gerente também é alvo da investigação.
Após o roubo, os suspeitos teriam realizado viagens e usado o dinheiro para comprar carros de luxos, entre outros bens.
Ainda segundo a Polícia Civil, a amiga do gerente, que é apontada como mentora do grupo, teria inclusive realizado pesquisas sobre a delegada e o juiz que acompanha o caso para tentar tirá-los da investigação.
Fonte: G1