Cinco homens acusados de integrarem um grupo de extermínio que atuava em Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal, foram condenados por um júri popular do Rio Grande do Norte por matarem um homem e tentarem assassinar a esposa dele, grávida de seis meses. As informações são do Ministério Público, que ofereceu a denúncia contra eles.
Adilson Lima da Cruz, Francisco Kytayama Varela da Cunha e outros dois homens que colaboraram com as investigações foram condenados pelo assassinato de Daniel Jerônimo Fernandes e pela tentativa de homicídio da companheira dele. Já Ivan Carlos de Souza, foi condenado somente pelo homicídio contra Daniel.
Os crimes foram cometidos na madrugada de 11 de setembro de 2017, na zona rural de Ielmo Marinho. De acordo com a denúncia, os criminosos chegaram à casa de Daniel e arrombaram a porta da frente. Todos entraram e deram ordem para que a vítima levantasse as mãos.
Daniel não obedeceu a ordem e pegou uma arma de fogo que estava em cima do guarda-roupa, iniciando uma troca de tiros. A vítima foi atingida por vários disparos e morreu no local.
Ainda de acordo com o que foi apurado nas investigações, o grupo tentou matar a esposa de Daniel somente pelo fato de ela ser testemunha ocular do assassinato.
Ela foi atingida por um tiro no braço direito. Mesmo assim, conseguiu fugir e se esconder em uma casa vizinha.
Adilson Lima da Cruz e Francisco Kytayama Varela da Cunha foram condenados a 46 anos, seis meses e oito dias de reclusão cada. Ivan Carlos de Souza recebeu pena de 21 anos, 11 meses e 26 dias de prisão. Os dois homens que decidiram colaborar com as investigações foram condenados a 18 anos, um mês e 14 dias de reclusão cada.
Adilson Lima da Cruz, Francisco Kytayama Varela da Cunha já tinham sido condenados por outros homicídios neste ano (veja abaixo).
Todos os cinco condenados também respondem por constituição de milícia. Eles irão cumprir suas penas em regime fechado.
Quarta condenação
Segundo o MP, esse foi o quarto júri popular envolvendo integrantes da organização criminosa acusada de promover dezenas de assassinatos em Ceará-Mirim e região.
Em maio, o MP obteve a condenação de Creginaldo Costa Cunha Santos à pena de 20 anos e 8 meses de prisão e de outro acusado, que foi condenado a 19 anos e 4 meses de reclusão. Os dois foram condenados pela morte de Pedro Henrique da Silva, crime cometido em 21 de fevereiro de 2017.
da Cruz a 23 anos e 4 meses de reclusão e Francisco Kytayama Varela da Cunha a 21 anos e 4 meses de reclusão. O homem que colaborou com a delação premiada foi condenado a 8 anos, 3 meses e 6 dias de reclusão.
No começo deste mês de setembro, também em júri popular, Adilson Lima da Cruz foi sentenciado a 27 anos e 6 meses de reclusão, além de 10 dias-multa; Francisco Kytayama Varela da Cunha recebeu pena de 24 anos e 10 meses de prisão, além de 10 dias-multa; José Carlos da Silva Oliveira foi condenado a 20 anos e 8 meses de reclusão; Ramon Glaucio Leocadio recebeu a pena de 18 anos de reclusão; e Paulo Eduardo Germano de Oliveira foi condenado a 12 anos de reclusão. Um outro condenado firmou acordo de colaboração premiada com o MPRN e recebeu pena de 8 anos, 6 meses e 12 dias de reclusão.
Eles foram condenados pelo assassinato de Ricardo Laurindo da Silva, em 11 de maio de 2017, crime cometido na rua Assis Venâncio, Vale do Amanhecer “Baixa do Rato”, em Ceará-Mirim.