Agentes federais foram acionados após criminosos furtarem roupas e comida em uma residência localizada na comunidade de Rancho da Caça, na zona rural de Mossoró, no Oeste do Rio Grande do Norte, durante a manhã desta quinta-feira (15). As informações foram confirmadas pelo 2º Batalhão da Polícia Militar, que atua no patrulhamento da região. A suspeita é que os dois detentos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró na quarta-feira (14) tenham sido os responsáveis pelo furto. Não há, porém, a comprovação do envolvimento.
Após a confirmação do crime, novas varreduras foram realizadas na região, em continuidade às ações que ocorrem desde a quarta-feira, quando Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, conhecido como “Martelo”, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, conseguiram fugir do presídio federal de Mossoró.
A suspeita de participação dos foragidos no furto foi reforçada pelo fato de que somente comida e roupas foram levadas da residência. Os dois deixaram a unidade prisional federal usando o fardamento dos detentos e, por isso, o furto de roupas simples seria um fato que aumentaria a suspeita de que os autores do crime sejam os foragidos.
Conforme as informações do 2º BPM, os criminosos que participaram do furto à residência, que está localizada na mesma região do presídio, levaram também um par de tênis. Não havia ninguém na residência no momento do crime. Os policiais militares foram acionados e eles, por sua vez, acionaram os agentes federais, que realizaram uma inspeção no local.
Até a publicação desta matéria, não havia a confirmação de que o crime tenha sido cometido pelos foragidos. As forças de segurança seguem na busca pelos criminosos.
Fuga
Dois detentos ligados à facção carioca Comando Vermelho fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró. Foi a primeira fuga registrada no sistema penitenciário federal. A ausência da dupla, que veio do Acre para o RN, foi sentida nesta quarta-feira de cinzas. A Polícia Federal e forças de segurança do Rio Grande do Norte e Ceará promoveram buscas durante todo o dia, sem sucesso. As divisas estaduais foram reforçadas e o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, veio ao Estado para articular ações.
A crise no sistema de segurança federal, com fuga inédita registrada na história, é a primeira sob a gestão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. O MJSP determinou que os nomes dos fugitivos sejam incluídos na Interpol e “abrangente revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais”.
A fuga teve destaque nacional por se tratar da primeira ocorrida em um presídio de segurança máxima. O sistema penitenciário federal é considerado um modelo de procedimentos e utilizado para isolamento de líderes de facções criminosas. São cinco presídios distribuídos pelo País: em Mossoró, Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).
“O secretário André Garcia, da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), está a caminho de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para investigar os fatos e apurar as responsabilidades do ocorrido. A Polícia Federal foi acionada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e está tomando todas as providências necessárias para a recaptura dos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga”, disse a Secretaria Nacional de Políticas Penais, em nota enviada à TRIBUNA DO NORTE.
No final da noite desta quarta-feira (14), o ministro Ricardo Lewandowski, do MJSP, emitiu comunicado determinando providências após a fuga dos presos. Além da vinda presencial do secretário nacional de políticas penais ao RN, também constam medidas como acionamento da Direção-Geral da Polícia Federal para abertura de investigações e o deslocamento de uma equipe de peritos ao local, com objetivo de apurar responsabilidades e de atuar na recaptura dos dois fugitivos, ação que já conta com o engajamento de mais de 100 agentes federais; inclusão dos nomes dos dois fugitivos no sistema da Interpol e Sistema de Proteção de Fronteiras, para que sejam procurados pela comunidade policial internacional; e mobilização da PRF para monitorar rodovias e dar suporte à recaptura dos presos.