As obras de reforma e modernização do Museu Histórico Lauro da Escóssia avançaram com melhorias nas áreas internas e externas do equipamento cultural. Nesta semana, o prédio histórico começou a receber nova pintura, que resgata as cores do museu. A reforma é realizada pela Prefeitura de Mossoró. O museu passa por serviços que garantirão acessibilidade, além da instalação de equipamentos de segurança e restauração da estrutura. A Secretaria Municipal de Cultura prepara a reabertura do museu que também terá visitação nos finais de semana.
Em setembro do ano passado, as obras tinham sido paralisadas pela antiga gestão, mas foram retomadas em abril deste ano pela nova gestão da Prefeitura de Mossoró. A reforma contempla a acessibilidade no prédio, com instalação de um elevador, a construção de escadas de emergência, além de atender as exigências da legislação de combate a incêndio com a colocação de extintores e hidrantes. Os reservatórios de água também serão ampliados. A parte externa do museu também foi recuperada com serviços de restauração da Praça Pr. Manoel Nunes Paz. Nesta semana, as equipes iniciaram a pintura da parte externa do museu.
“As obras do museu, neste momento, estamos ingressando na fase de quase conclusão. Avançamos consideravelmente tanto na parte interna e agora estamos na parte externa com pintura, resgatando inclusive as cores originais que tratam do museu e tem também como objetivo uma padronização nacional. Quando fazemos a opção dessa cor estamos com uma sintonia com as cores dos museus que se encontram nos vários estados brasileiros. Estamos nessa fase de conclusão, de avanço para se consolidar esse processo. Neste contexto, nos próximos meses a gente entrega oficialmente o museu para a sociedade mossoroense com todo objetivo de utilização”, explicou o secretário de Cultura, Etevaldo Almeida.
Enquanto as obras são realizadas, o Museu Histórico Lauro da Escóssia segue fechado para visitação ao público. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos no início de outubro. A Secretaria Municipal de Cultura já planeja a criação de um projeto de incentivo à visitação pela população e turistas. Uma das iniciativas que serão adotadas é a ampliação do período de funcionamento do museu.
“A previsão é que a gente entregue no início de outubro e disponibilize esse equipamento para uso de toda a sociedade mossoroense e para os turistas que vêm a Mossoró. Vamos abrir o museu nos finais de semana também, isso não existia. Vamos disponibilizar para que os turistas que estejam em Mossoró possam participar oficialmente, visitando o museu e vendo o quanto temos de riqueza histórica do município de Mossoró naquele equipamento”, destacou o secretário.
Construído há mais de 140 anos, o edifício onde atualmente funciona o museu já foi sede da Biblioteca Municipal, a antiga Cadeia Pública e a Câmara de Vereadores. Dos primeiros habitantes da nossa terra, os Mouxorós ou Monxorós, o museu tem no acervo um dos maiores episódios da história de Mossoró contados por itens que retratam a bravura dos mossoroenses liderados pelo prefeito Rodolfo Fernandes na resistência ao bando de Lampião. Armas usadas nas trincheiras, fotos dos cangaceiros e do temido Jararaca estão expostas. A estética do cangaço é um dos principais temas em exibição no museu. O acervo conta ainda com o título de eleitor de Celina Guimarães Vianna – a primeira eleitora da América Latina, além de fotos do momento que a professora votou pela primeira vez.
O pioneirismo de Mossoró na abolição da escravatura também é um dos destaques do museu. No museu, existe ainda um Pantheon, onde os restos mortais são mantidos de abolicionistas que em 30 de setembro de 1883 se mobilizaram pelo fim da escravidão cinco anos antes da Lei Áurea. O Museu Lauro da Escóssia tem ainda quase 30 mil fotos reveladas e outros 40 mil negativos de imagens de Mossoró registradas pelas lentes do fotógrafo Manuelito Pereira durante 50 anos. As imagens mostram várias fases e a mudança da cidade. O Museu Lauro da Escóssia tem um imenso acervo com todos os jornais de Mossoró desde 1872, além de uma máquina de impressão de 1917 usada pelo jornal O Mossoroense e muito mais. Agora com a restauração e a modernização a história e cultura da cidade serão valorizadas.