O ex-secretário de desenvolvimento econômico do governo do Estado e pré-candidato a deputado federal pelo Republicanos, Jaime Calado, optou por se afastar, no momento, da polêmica em torno da vaga ao Senado na chapa que tem à governadora Fátima Bezerra(PT) pré-candidata à reeleição.
O desembarque do deputado federal Rafael Motta(PSB) na corrida ao Senado, buscando alinhamento com o PT como na aliança nacional, tem dividido o ambiente progressista em conseqüência do acordo já firmado pelo PT estadual com o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo(PDT), que por sua vez já chegou a encontrar resistência de alas petistas, ao substituir o senador Jean Paul Prates para a concorrida vaga.
“Eles que se entendam”, esquivou-se Jaime Calado, ao ser provocando sobre o assunto durante entrevista ao programa Mais Política, da Rádio Difusora, ao meio dia de sexta-feira que passou. Jaime afirmou que tem preferido dar atenção a sua caminhada visando chegar à Câmara dos Deputados, bem como a defesa do ex-presidente Lula e da governadora Fátima Bezerra, deixando para mais adiante a discussão sobre o já conturbado processo voltado a disputa pelo Senado.
O ex-secretário cumpriu agenda de contatos em Mossoró e Apodi, acentuando discussões sobre pauta de geração de emprego e renda e de cunho social, entre outras bandeiras. No entanto, em recente ocasião, ele não escondeu o desconforto em razão da presença do pedetista Carlos Eduardo na chapa governista.
Foi em entrevista a FM 96, na quarta-feira, 11, quando Jaime Calado enfatizou que o eleitor petista “vai se sentir incomodado”, em votar em Carlos Eduardo, ex-prefeito do Natal. E justificou na ocasião: “O eleitor de Lula vai se sentir incomodado. Como você quer o voto de Lula e você vai para um palanque dizer que não vota em Lula? Isso incomoda sim”, ressaltou, observando a incoerência o fato de Carlos Eduardo buscar o voto do PT e votar em Ciro Gomes, o presidenciável do seu partido, em detrimento do ex-presidente Lula.
A chegada de Rafael Motta a esse contexto acabou baldeando a água já turva desse caldeirão, principalmente porque ele desembarca com o total respaldo do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, na esteira da aliança da sigla com o PT e nível nacional, que indicou o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como companheiro de chapa de Lula. Mas a cúpula do PT no Rio Grande do Norte resiste ao abraçar a pré-candidatura de Carlos Eduardo, antes neutralizado a uma eventual candidatura ao governo.
Em meio essas discussões, há quem aposte que o nome de Carlos Eduardo ainda não está consolidado na chapa de Fátima, após a chegada de Rafael Motta ao processo.
Realçando a prioridade ao nome de Rafael Motta ao Senado, o PSB já fechou questão, assegurando que o parlamentar pessebista será candidata ao Senado independentemente da retirada ou não de Carlos Eduardo, embora seguindo sustentando que a pré-candidatura de Motta ao Senado faz parte de um acordo em nível nacional.
Pesquisa
A inclusão de Rafael Motta nas pesquisas para o Senado, já rendeu visibilidade. Na primeira pesquisa estimulada para o Senado Federal, realizada e registrada no TSE pelo Instituto Agora Sei que colocou o nome do deputado do PSB como pré-candidato ao Senado Federal, Motta surgiu em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Carlos Eduardo Alves (PDT) e Rogério Marinho (PL), respectivamente.
Na sondagem que colheu 1.200 eleitores do Rio Grande do Norte, entre os dias 11 e 14 deste mês de maio, Rafael Motta aparece com 9,65 pontos percentuais em um universo de mais de 40% de eleitores eu ainda se dizem indecisos e que não votariam em ninguém. Na pesquisa estimulada, Carlos Eduardo está com 29,7% e o ex-ministro Rogério Marinho com 15,2%.
Informações de Gazeta do oeste