O governo recebeu representantes de servidores da Segurança e policiais civis do Rio Grande do Norte, apresentou propostas sobre demandas das classes e pediu que a categoria suspenda a paralisação dos serviços extras através de diárias operacionais, iniciada na quarta-feira (7) por tempo indeterminado.
Os servidores deverão realizar uma assembleia nesta sexta-feira (9) para decidir se retomam os serviços, ou se manterão a paralisação durante o carnaval.
A reunião foi realizada na tarde de quinta-feira (8). “Na ocasião, os sindicatos foram ouvidos atentamente e dois dos quatro pontos trazidos à mesa de negociação foram atendidos: projeto de Lei do Auxílio ao Fardamento foi encaminhado para a Assembleia Legislativa e ficou definida a data de 21 de fevereiro para que os concursados da Polícia Civil sejam nomeados”, afirmou o governo em nota.
O governo ainda informou que deu o prazo de 7 de março para uma nova reunião onde deve apresentar o posicionamento sobre os outros pontos reivindicados, com maior impacto financeiro e que se encontram em avaliação.
Ainda em nota, o governo informou que fez um “apelo para que a categoria permaneça realizando o serviço extra através de Diária Operacional para que a população não seja afetada”.
No entanto, segundo o sindicato que representa os policiais civis, o Sinpol, o governo não apresentou “nada de concreto” e a data de nomeação dos novos policiais informada pelo governo já tinha sido anunciada pela governadora. De acordo com a entidade, o pedido da categoria é que o governo informe quantos policiais serão nomeados.
A entidade defende que todos os 386 candidatos aprovados no último curso de formação da Polícia Civil sejam nomeados, ou que pelo menos o governo apresente um calendário de nomeação de todos os aprovados.
Serviços afetados
Quem tentou registrar um boletim de ocorrência nas primeiras horas desta quinta-feira (8) em várias delegacias do estado não conseguiu. Os policiais reivindicam a nomeação de novos agentes, escrivães e delegado, e pedem valorização da categoria.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), estão suspensos o atendimento ao público, investigações, cumprimento de intimações e outras demandas administrativas.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), devido ao baixo efetivo, a Polícia Civil do RN tem muitas delegacias que só conseguem funcionar por causa da voluntariedade dos servidores, que aceitam trabalhar além da carga horária estabelecida em lei em troca do recebimento de diárias operacionais.
“Sem a realização das diárias operacionais por parte dos policiais civis, a funcionalidade da Polícia Civil estará comprometida”, diz o Sinpol.
O assistente de produção Eliano Martins foi vítima de uma fraude no cartão de crédito e procurou a Delegacia Regional de Mossoró para registrar a ocorrência na manhã de quinta-feira (8), mas não conseguiu. “Acredito que clonaram meu cartão e fizeram compras, pix, o valor da fatura está em mais de R$ 7 mil. Tentei registrar o boletim de ocorrência, mas até agora não consegui e a central do cartão está pedindo esse boletim pra prosseguir o atendimento”, disse.
No complexo de delegacias de Natal o atendimento também estava paralisado. Uma mulher que pediu para não ser identificada esteve no local, mas não conseguiu ser atendida. “Fui vítima de um golpe, perdi R$ 28 mil. Vim hoje aqui na Delegacia de Defraudações pra registrar a ocorrência, mas me disseram que não está tendo atendimento”, disse.
Em entrevista à Inter TV Cabugi o secretário de Segurança Pública e Defesa Sociail, coronel Francisco Araujo, afirmou que a reividicação é justa e legítima. “Há uma necessidade de recompletar o efetivo das instituições de segurança. Há dois dias a governadora garantiu que se pronunciaria em 15 dias sobre quando serão convocados e nomeados os policiais civis então esse anúncio deve acontecer em 13 dias”, disse.
Fonte: G1 RN