As ações da Petrobras fecharam em alta nesta terça-feira 16 após a petroleira ter anunciado que vai abandonar o PPI (Preço de Paridade de Importação) e adotar uma nova política de preços para o diesel e a gasolina. Para analistas, o modelo anunciado não é uma mudança drástica em relação ao anterior, e diminuiu preocupações sobre possíveis interferências na empresa.
Apesar da reação inicial positiva, o mercado espera definições mais claras da nova política.
A estatal teve alta de 2,49% em suas ações preferenciais, que foram as mais negociadas da sessão, no pregão desta terça. Já as ordinárias registraram ganho de 2,24%.
Segundo a Petrobras, o novo modelo vai considerar a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos. As cotações internacionais, porém, ainda serão acompanhadas, e os reajustes dos combustíveis continuarão sem periodicidade definida.
Em comunicado, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que a estratégia comercial tornará a Petrobras mais eficiente e competitiva.
A nova política continua seguindo referências do exterior, mas aliada ao cenário interno, adotando uma postura de evitar repassar volatilidade para o mercado doméstico.
REDUÇÃO NOS PREÇOS
Logo após divulgar mudanças em sua política de preços dos combustíveis, a Petrobras anunciou reduções nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, confirmando informações que haviam sido vazadas pelo governo na semana passada.
O preço da gasolina nas refinarias da estatal vai cair 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. O preço do diesel será reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha cairá 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.
Os novos valores entram em vigor nesta quarta-feira 17 e já refletem a nova política de preços, que abandonou o conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para importar os produtos.
O repasse para o consumidor, porém, depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos.
Segundo a Petrobras, seu preço de venda da gasolina nas refinarias será de R$ 2,78 por litro. Considerando os outros componentes do preço, como impostos e o etanol anidro, a empresa estima que o preço médio final fique em torno de R$ 5,20 por litro.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, descartou a leitura de que o fim da paridade na importação como baliza para o preço de petróleo possa ser interpretado como uma intervenção do governo na companhia.
“Não há intervenção no sentido de dizer ‘bote o preço assim’. Não. Os instrumentos da Petrobras, de competitividade e rentabilidade da companhia, estão integralmente garantidos. O que estamos falando aqui é de um modelo que vai garantir a ela ter o melhor preço para o seu cliente, como qualquer outra empresa.”
“O presidente Lula, quando fez a campanha, disse o que eu estou dizendo aqui: não faz sentido um país lutar pela autossuficiência, não faz sentido todos [os presidentes] desde Getúlio [Vargas] lutarem para ter parque de refino e, depois, a gente praticar o preço do importado como se a gente importasse 100%.”
Fonte: Agora RN