O cabeça do esquema de lavagem de dinheiro do PCC no Rio Grande do Norte e em mais três estados, Valdeci Alves dos Santos, manteve as atividades ilícitas mesmo estando preso desde abril de 2022 em uma unidade do Sistema Penitenciário Federal. De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e pela Receita Federal, o criminoso tinha uma rede de pessoas que era dividida em grupos para continuar com os crimes. Ao todo, 9 pessoas foram presas. Delas, duas já tinham um mandado de prisão em aberto antes da operação. No Rio Grande do Norte houve a prisão de quatro pessoas; São Paulo três; Bahia uma; e Mato Grosso do Sul uma. No total, 101 pessoas estavam participando do esquema criminoso. A prisão dos envolvidos aconteceu nessa quarta-feira (13).
Valdeci tinha quatro grupos de ajudantes: edpositantes, operadores, italiano, e amigos e familiares. Cada equipe tinha uma função, sendo os depositantes as pessoas com baixa capacidade econômica que depositava o dinheiro em outras contas passando por vários intermediários. Os operadores estavam no Pará e tinham empresas de fachada que utilizavam elas para lavar o dinheiro. O italiano atuava no Rio Grande do Norte e também lava o dinheiro, mas fazendo compras e vendas de imóveis de luxos na região metropolitana de Natal. Enquanto os amigos e parentes de Valdeci eram responsáveis por fazer a movimentação bancária.
O criminoso mantinha a comunicação com os outros envolvidos por meio de códigos em conversas com as visitas na prisão. Segundo o promotor de Justiça Mariano Lauria, se a pessoa não estiver em regime disciplinar diferenciado, ela continua recebendo visitas, que era o caso do Valdeci Alves dos Santos. “Ele mandava mensagens com códigos por meio dos advogados e outros visitantes. Havia uma mulher que sempre o visitava e já foi pedido a prisão dela e a decisão foi acatada pelo Judiciário. Até agora não há indícios de corrupção de agentes penitenciários”, disse.
A Justiça determinou bloqueio de mais de R$ 2 bilhões em bens e valores vinculados à facção. Segundo o MPRN, antes da operação, foram analisadas 468 contas bancárias nas quais foram movimentados R$ 1,6 bilhão entre 2014 e 2024. Valdeci Alves dos Santos também é conhecido pelos apelidos de Pintado, Vermelho, Prateado, Colorido ou Tio e era considerado como um dos chefes do PCC nas ruas.