Uma Casa formada exclusivamente por homens. É assim a Câmara Municipal de Apodi, uma das cidades mais importantes do Médio Oeste potiguar. Não tem uma mulher no plenário, que é formado por 13 cadeiras, todas ocupadas por homens.
Apodi parece ter padronizado o modelo machista na política. Desde o primeiro inquilino do Executivo, João Nogueira da Silveira, em 1833, a Prefeitura de Apodi teve apenas uma mulher prefeita, Maria Gorete da Silveira Pinto, mãe do atual prefeito Alan Silveira (MDB), eleita em 2008 para o mandato de 2009/2012.
Em 187 anos de sua emancipação política, Apodi teve apenas sete mulheres vereadoras. A última foi Soneth Ferreira, eleita em 2016 pelo PP como a segunda mais votada, com 1.507 votos (6,21%). Antes, em 2012, Hortência Regalado conquistou mandato de vereadora como a mais votada pelo PSDB, recebendo 1.304 votos (5,47%), o que lhe rendeu um mandato de vice-prefeita nas eleições seguintes.
O que seria um processo de ocupação de espaço da mulher apodiense houve um retrocesso nas eleições de 2020. Nenhuma mulher conseguiu êxito à Câmara Municipal. A que obteve melhor performance nas urnas foi Anna Oliveira, do MDB, que ficou na 21ª colocação, com 323 votos (1,40%).
A história pode ser recontada a partir de 2024. A pedagoga, jornalista e empresária Leylla Carla surge como um nome forte à Câmara de Apodi e pode, perfeitamente, incentivar outras mulheres a buscarem seus espaços também na política. Leylla está disposta ao desafio e tem recebido incentivo de mulheres e de outros segmentos da sociedade.
Em recente contato com o Blog do César Santos, Leylla disse que “a falta de uma mulher ocupando uma cadeira na casa legislativa é notada por toda população apodiense, que clama por uma representante que possa ser a voz da mulher. Estamos dispostas a cumprir essa missão.”
Leylla Carla se identifica com o público feminino de sua cidade, mas também com a camada da sociedade que sempre lutou para vencer e fazer história. É vista como um exemplo de resistência, perseverança e vitória. Além de pedagoga, jornalista e empresária, ela desenvolve atividades como produtora de eventos, juíza de paz e, atualmente, preside a Academia Apodiense de Letras, além de ser assessora de comunicação da Câmara Municipal. Ela é atuante e tem serviços prestados em diversos setores, como religioso, social, cultural e esportivo.
Com uma larga experiência no setor público, e com projetos visionários para o desenvolvimento de Apodi, Leylla poderá chegar ao seu primeiro mandato a partir da aceitação popular, em especial das mulheres.
Fonte: DeFato