O coordenador executivo do grupo de Minas e Energia da equipe de transição de governo, Mauricio Tolmasquim, afirmou nesta quinta-feira (8) que o atual governo deixou uma conta de R$ 500 bilhões para ser paga pelo consumidor de energia elétrica nos próximos anos.
Segundo o GT de Minas e Energia, o valor inclui:
- Conta-Covid, um empréstimo feito ao setor elétrico durante a pandemia de Covid-19;
- Conta Escassez-Hídrica, novo empréstimo feito ao setor elétrico para cobrir os rombos da crise energética de 2021;
- Contratação emergencial de usinas termelétricas, realizada em outubro do ano passado pelo governo;
- Obrigação de contratar usinas termelétricas em regiões em que não há escoamento de gás natural, uma das contrapartidas exigidas pelo Congresso para aprovar o projeto que autorizou a privatização da Eletrobras;
- Contratação de Pequenas Centras Hidrelétricas (PCHs), por meio de uma reserva de mercado nos leilões de energia, mais uma das contrapartidas exigidas pelo Congresso no projeto que autorizou a privatização da Eletrobras.
“Vimos que uma série de ações feitas nesse governo vai deixar uma herança para os próximos governos, que terá de ser paga pelo consumidor de energia elétrica. Tentamos somar todo esse custo a ser pago nos próximos anos e atinge R$ 500 bilhões se trouxermos tudo para hoje em termos nominais”, afirmou Tolmasquim, ao fazer um balanço das atividades do grupo de transição.
Conforme Tolmasquim, a conta será pega durante este e os próximos governos e terá reflexo na tarifa paga pelos consumidores. Ele não chegou a citar qual seria esse impacto.
“É uma questão muito grave, pois o custo de gerar energia é muito barato. Porque nossas fontes são baratas, temos bons recursos naturais, agora a tarifa que o consumidor paga é exorbitante, uma das mais caras do mundo”, afirmou. “O que estamos vendo agora é mais pressão sobre as tarifas ao consumidor e temos de agir para evitar isso”, completou.