A Polícia Federal comunicou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que os brasileiros deportados vindos dos Estados Unidos, nessa sexta-feira (24/1), viajaram algemados. Eles foram liberados pela Polícia Federal (PF) brasileira ao chegarem a Manaus e tiveram acesso a comida e banheiros.
Para o Ministério da Justiça, houve “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.
O órgão informou que trabalha para completar a viagem dos deportados com “dignidade e segurança”.
Os deportados deste primeiro voo não foram presos na gestão de Trump. Eles haviam sido retirados das ruas ainda na gestão do ex-presidente Joe Biden, que deixou o cargo na última segunda-feira (20/1). Neste ano, já houve outro voo que pousou no Brasil com pessoas deportadas dos Estados Unidos. Isso aconteceu no último dia 10, ainda na gestão de Biden. Havia 100 pessoas a bordo.
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis”, diz a nota do MJ.
Lewandowski comunicou os acontecimentos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que determinou o voo operado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para Belo Horizonte.
A PF informou que proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas. “Os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros”, informa a Polícia Federal.
Na viagem para o destino final programado, que é o Aeroporto de Confins, o governo brasileiro diz que os deportados “serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros”.