A corrida insossa pelo Governo do Estado do RN diante da perigosa atmosfera do “já ganhou” que pode acabar concorrendo para baixar a bola da governadora Fátima Bezerra(PT), por enquanto vai abrindo protagonismo ao confronto do Senado.
E se na base bolsonarista está bom de ver a briga de cotovelos dos ministros Rogério Marinho(PL), do desenvolvimento regional e de Fábio Faria(PSD), das Comunicações, no campo progressista o desespero do senador petista Jean Paul Prates para barrar o ingresso do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo(PDT) numa eventual chapa com a governadora pode sim turvar o céu de brigadeiro por onde voa Fátima Bezerra.
A estratégia de Carlos Eduardo para conseguir flertar com a governadora, ameaçando com a insistência em sair candidato o governo parece blefe. Apesar de estar girando o estado, buscando viabilidade além da reta Tabajara, qualquer análise política conclui que ele não dispõe de bagagem para entrar no jogo político majoritário ao governo. A não ser dentro de uma estrutura político-partidária que ele não tem até aqui. Nem semelhante ao que teve quando disputou e perdeu o governo justamente para Fátima.
No entanto, em termos eleitorais, Carlos Eduardo está distante anos-luz do senador Jean Paul Prates, que mesmo sendo um brilhante parlamentar, cuidou tarde na sua combinação com o eleitor. Terá que usar muito sebo nas canelas para o povão saber ao menos de quem se trata. Uma verdadeira carga torta para a governadora Fátima Bezerra, que por sua vez não pode se da ao luxo de arrastar essa corrente e por isso, não deixa de corresponder aos anseios do ex-prefeito de Natal, nem que seja para neutralizá-lo.
Enquanto observa esse enredo entre Carlos Eduardo e Fátima Bezerra, Jean Paul move montanhas em desalento, pois sabe que não agrega politicamente na chapa governista em meio a tantos aconselhamentos para que faça a opção para disputar outro cargo. Nesse contexto, torce para que a oposição não reúna meios suficientes para definir uma chapa forte e convergente.
A propósito, durante a última visita a Mossoró, o ministro Fábio Faria anunciou que a oposição segue procurando um nome de ação convergente para enfrentar a governadora.
E sem encontrar o caminho do consenso, os aliados e ao mesmo tempo já desafetos políticos, Fábio Faria e Rogério Marinho, se mostram dispostos e seguirem com seus projetos já postos, cada qual no seu quadrado.
O tempo é de articulação e, mais do que nunca, de combinação com os anseios populares.
Fonte: Gazeta do Oeste