O ministério Público do Rio Grande do Norte está apurando uma série de crimes ocorridos dentro da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), na Grande Natal. Um dos casos trata de um ‘preso fantasma’. Na mira dos promotores estão duas advogadas e três agentes penitenciários suspeitos de envolvimento nas irregularidades.
Uma das advogadas investigadas é Ana Paula da Silva Nelson, que voltou a ser presa na noite desta quinta-feira (8) por estar descumprindo restrições impostas pela Justiça. Até então, ela estava em liberdade provisória. A advogada havia sido presa inicialmente no dia 6 de setembro de 2016 durante a Operação Medellín – que investiga uma quadrilha de tráfico de drogas responsável por crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos e valores.
O ‘preso fantasma’, a propósito, foi cliente de Ana Paula. Documentos, que segundo o MP foram falsificados, atestaram o bom comportamento dele, fato que levaram uma juíza a beneficiar o detento com o regime semiaberto.
O detalhe é que o preso nunca pisou na Penitenciária de Parnamirim. A farsa, de acordo com as investigações, só foi descoberta quando o detento foi preso, em setembro de 2015, durante uma operação da Polícia Federal em combate a uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
O MP alega que não pode dar detalhes deste e de outros casos porque estão em segredo de justiça. Contudo, confirma que o grupo investigado também tem envolvimento em fugas forjadas e até na soltura de um preso por meio de um falso alvará.
No início da semana, policiais civis deram cumprimento a mandados de busca e apreensão nas residências dos envolvidos. A ação foi coordenada pelas promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Parnamirim e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
O resultado das buscas e apreensões não foi revelado. Porém, a se confirmarem as suspeitas, os investigados devem ser denunciados por facilitação de fugas, falsidade ideológica, falsidade material, tráfico de influência e organização criminosa.