O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira 13 na Delegacia da Polícia Federal em Mossoró, que os fugitivos da penitenciária federal seguem na região, e que não fugiram para outro estado.
Lewandowski chegou ao Rio Grande do Norte na manhã desta quarta para uma reunião com os policiais da Força-Tarefa encarregada das buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça.
“Tivemos uma reunião com as forças que estão operando na recaptura. Foi extremamente produtiva, em que nós falamos sobre os detalhes da operação. Na minha visão, a operação está se desenvolvendo até o momento com êxito, temos indícios da presença dos fugitivos na região, nesse perímetro em que se concentra a Penitenciária Federal de Mossoró e Baraúna”, apontou ele. “Temos a convicção que os fugitivos se encontram aqui dentro ainda”, completou.
Os presidiários fugiram no dia 14 de fevereiro e, desde então, policiais de diversas forças realizam as buscas no RN. Foi a primeira vez que uma penitenciária federal de segurança máxima registrou uma fuga.
Iniciativas após fuga
Uma série de medidas foram tomadas após a fuga na Penitenciária Federal em Mossoró. Além das providências adotadas pelo secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, para o aumento do nível de segurança das cinco unidades penais federais, 540 agentes estão empenhados na força-tarefa de busca dos fugitivos e reforço de segurança na cidade potiguar e na própria unidade.
O efetivo é formado por integrantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Penal e da Força Nacional, além de quadros das forças locais. A operação de busca também conta com apoio de drones, helicópteros e cães farejadores.
Houve intervenção na penitenciária com o afastamento do diretor da unidade, no próprio dia 14 de fevereiro, e dos servidores responsáveis pelas divisões de Inteligência, de Segurança e Administrativa, assim como a criação do Comitê Multidisciplinar da Secretaria Nacional de Políticas Penais com o objetivo de fiscalizar periodicamente as estruturas físicas e os equipamentos utilizados pelas cinco penitenciárias federais.
O ministério deu início ao processo de instauração de processos para construção de muralha no perímetro da Penitenciária Federal em Mossoró; foram determinadas revistas diárias em todas as celas, pátios de sol e parlatórios nas cinco penitenciárias federais, com a posterior elaboração de relatórios a ser encaminhados semanalmente à direção de cada unidade.
Além disso, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, decidiu adotar a rotina de fazer inspeções nas cinco Penitenciárias Federais. A ideia é acompanhar in loco os procedimentos de segurança das unidades. As visitas foram pensadas para passar o recado de que, além das gestões de cada local, o próprio auxiliar do ministro Ricardo Lewandowski está empenhado em desenvolver ações que qualifiquem a segurança de cada instituto penal.
Investigação de empresas
O Ministério da Justiça abriu um processo por “desrespeito a determinações contratuais” contra a construtora responsável pela reforma no pátio do presídio em Mossoró. A Construtora Dantas cuidava do canteiro de obras da reforma que acontecia no pátio do banho de sol da unidade. A Polícia Federal requisitou todos os dados dos funcionários.
André Garcia enviou ofício pedindo para Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) a abertura de investigações sobre a empresa R7 Facilities, contratada para obras de manutenção na penitenciária. O objetivo é apurar se a companhia está registrada em nomes de laranjas, conforme apontaram reportagens na imprensa.
Informações do Agora RN