Desenvolver e conservar a Caatinga apoiando quem nela vive é possível. Por isso, representantes dos setores público, privado e da sociedade civil do Sertão de Apodi estarão reunidos em Apodi (RN) na manhã de terça-feira, 12 de dezembro, para o lançamento de uma iniciativa inovadora: o Pacto PPI do Sertão do Apodi. A proposta estabelece uma nova forma de dialogar sobre o desenvolvimento do território, apoiando os municípios na construção de compromissos pela produção sustentável, proteção da vegetação nativa e inclusão social. O programa é conduzido pela IDH e Fundação Laudes, que conta com a parceria da Diaconia e do WRI Brasil (World Resources Institute).
“Em junho, assinamos uma Carta de Intenção formalizando o apoio à construção desse compromisso. Agora, voltamos para oficializar o Pacto Cariri Sustentável, um documento que representa um avanço significativo na criação de um modelo de gestão colaborativa de estratégias para impulsionar o desenvolvimento rural dos municípios. A ideia é tornar mais fácil a captação de recursos privados e estimular investimentos que realmente impactem positivamente, promovendo práticas sustentáveis de produção, que conservem e recuperem os recursos naturais, ao mesmo tempo que inclui socioeconomicamente as comunidades”, explica a supervisora de projetos da IDH, Grazielle Cardoso.
O Pacto PPI do Sertão do Apodi está alicerçado em três pilares: Produzir, Proteger e Incluir e contém metas propostas e discutidas pelos parceiros. Na prática, é um acordo voluntário para que todos os parceiros pensem de forma estratégica no desenvolvimento econômico, social e com proteção dos recursos naturais. A parceria visa viabilizar, entre outras soluções, a implementação do Programa Colaborativo de Paisagem com Produção Regenerativa (RPLC) no semiárido brasileiro.
Participam da assinatura do Pacto PPI do Sertão do Apodi: Prefeitura de Apodi, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RN), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, Diaconia, Coopapi, Fórum da Agricultura Familiar de Apodi, Associação Comercial e Empresarial de Apodi-RN (ACEMA), Fundação Amigos do Lajedo de Soledade (FALS) e Unicafes.
RAÍZES DA CAATINGA
A Caatinga é um bioma 100% brasileiro que abriga mais de 2000 espécies de plantas e animais. É considerada uma reserva da biosfera, ou seja, uma área designada para combinar conservação ambiental, desenvolvimento humano e práticas produtivas sustentáveis. É também um dos biomas mais degradados do país, com mais da metade da área suscetível à desertificação, comprometendo o cultivo de culturas como o milho, o algodão e o feijão, além da escassez de água.
Conforme o IBGE, a Caatinga tem uma população de mais de 25 milhões de pessoas, com forte presença da agricultura familiar e mais da metade das propriedades agrícolas da região são pequenas, com cinco hectares ou menos. Esse contexto torna a região prioritária para o desenvolvimento de ações que apoiem uma produção econômica mais sustentável, que protejam a vegetação nativa e promovam a inclusão social.
O Programa Raízes da Caatinga – como ficou denominada toda essa estratégia, durante o processo de engajamento com os atores locais, concentra-se nos estados do Rio Grande do Norte, na região do Sertão do Apodi, na Paraíba, na região do Sertão do Cariri, e em Pernambuco, na região do Sertão do Pajeú.
SOBRE O IDH
A IDH iniciou sua jornada na Caatinga em 2022. Após um ano, o Programa Raízes da Caatinga já conta com o apoio de mais de cinquenta representantes dos setores público, privado e sociedade civil dos três territórios. Esses parceiros assinaram, entre julho e agosto de 2023, Cartas de Intenções formalizando o apoio à construção dos 3 Pactos PPI. Essas cartas são firmadas na fase intermediária de implementação do Pacto e definem uma visão comum de futuro para as principais atividades econômicas, sociais e ambientais dos municípios e foi construída após várias rodadas de diálogo com os diferentes setores.